Também conhecida como Lammas, esta festividade marca o início das colheitas.
Na roda do ano três festivais são dedicados à colheita: Lughnasadh, Mabon e Samhaim.
Assim, Lughnasadh representa a primeira colheita, quando os primeiros grãos são recolhidos e deles são produzidos os primeiros pães. São colhidos também outros vegetais, como hortaliças, tubérculos e bulbos.
Os primeiros grãos colhidos representam o Deus, que começa a sacrificar-se para alimentar os seres da terra. Por isso, os primeiros grãos colhidos devem ser guardados para serem plantados na próxima primavera, quando a semente é plantada no ventre da terra para que o Deus possa renascer.
São iniciadas as orações de graças pela fartura da terra, da Grande Mãe, que doa seu filho para alimentar os seres.
Uma porção dos alimentos é consagrada para que até o final do período de colheitas seja possível colher vegetais suficientes para alimentar todos durante o período escasso do inverno, que se aproxima.
A fartura de Lughnasadh deve despertar a consciência de cada para a desigualdade, deixando muitos sem ter o que comer. Por isso, é também um momento de solidariedade, dividindo com os que precisam mais o que nos sobra.
Devemos nos lembrar também de que quando temos muito, temos que guardar para quando a necessidade bater à nossa porta.
Nesta forma céltica, o deus Lugh (como deus da colheita, do fogo e da luz) é honrado, dando Seu nome a este Sabá. A Deusa também é honrada por trazer os primeiros frutos da colheita de inverno. As noites vão ficando mais longas e o Deus vai perdendo sua força, mas vive no interior da Deusa como semente, como filho.
Outro nome do Sabbat é Lammas, que significa “A Massa de Lug” ou ainda “Missa do Pão”, nome cristão adaptado ao festival. Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole do vinho e o primeiro pedaço do pão devem ser jogados dentro do Caldeirão para serem queimados juntamente com papéis onde serão escritos agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do Milho também é queimado, para nos lembrar que devemos nos livrar de tudo que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.
Este festival é celebrado normalmente no dia 1º de Agosto no Hemisfério Norte e no dia 1º de Fevereiro no Hemisfério Sul e marca o fim do verão e o início do outono
A Celebração
Sugestão de Ritual
O altar pode ser a própria mesa em que serão servidos os alimentos, pois eles são o ponto focal do ritual.
Os grãos deverão ser espalhados sobre a mesa, para que sejam consagrados.
As velas também são acesas entre as vasilhas sobre a mesa, para representar a importância desta primeira refeição.
Após as purificações e o fechamento do circulo, os guardiões e deuses são invocados como de costume. O deus é Lugh, o grão sagrado, e a deusa é Ceridwen, a grande Mãe Terra.
É feita uma oração de graças espontânea pela sacerdotisa do ritual, em seguida são recitados os seguintes versos:
Mãe, por esses presentes agradecemos
E pelos cereais e bulbos que recebemos,
Abençoe-os com sua graça, por favor,
E que dentro deles fique o seu amor
Para que ao comê-los a sua benção possa fluir
Dentro e fora e em todo o nosso existir.
O pão é picado com as mãos pelo sacerdote e distribuído entre os presentes, enquanto todos recitam os versos:
Ciclo da vida aqui contido,
Nascimento e morte e nascimento repetido,
Ajude-me ao papel na vida entender
E ajude-me a minha alma esclarecer,
Para que fácil seja o caminho traçado para mim,
Pois assim desejo e será assim!
A sacerdotisa consagra a bebida no cálice, faz a libação e passa o cálice entre os presentes, que comem o pão entregue pelo sacerdote e bebem o conteúdo do cálice.
Cada participante pega uma espiga de trigo e enquanto amarra uma fita dourada nela, recita os seguintes versos:
Sementes da vida a queimar e a medrar,
Sementes da fartura venham vida ganhar,
Pelo Sol e pela Terra este feitiço é feito,
Se faça agora a Noiva do par perfeito!
A espiga deve ser guardada no local onde se guardam coisas de valor: dinheiro, jóias, etc, para que elas possam se multiplicar. Pode ficar também no armário onde são guardados os alimentos, para que nunca faltem.
Quem quiser pode amarrar mais de uma espiga de trigo, e dar de presente a algum amigo ou parente para lhe desejar fartura.
Músicas podem ser cantadas em agradecimento, festejando a fartura da colheita.
É hora de agradecer às graças até aqui recebidas e desejar ao mundo que essas graças possam ser multiplicadas.
Após a realização do cone, o circulo é aberto como de costume e procede-se o banquete.
É interessante terminar o ritual recolhendo doações de alimentos não perecíveis entre os presentes para que sejam doados a alguma instituição de caridade.
Fonte: Jornal Espiral (Informativo Neopagão)
Contato: http://coven-tuatha-de-danan.blogspot.com/
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