18/08/2010

Olhando pra dentro...

É sempre bom olharmos para dentro, fazer uma análise sobre nós mesmos, isso é auto-conhecimento, saber, ter consciência de nossas dificuldades e necessidades... Muito bom esse texto, vale a pena ler!

EM BUSCA DO AUTO-CONHECIMENTO

2 de janeiro de 2007

Quando alguém nos pergunta sobre a nossa estatura, logo informamos quanto temos de altura. Mas se alguém nos perguntar sobre a nossa estatura espiritual, o que diremos?

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a estatura espiritual é a nossa real dimensão.

O notável poeta português Fernando Pessoa escreveu, numa de suas poesias: “porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura…”

Então posso entender que: Eu sou do tamanho do que vejo, E eis aí os parâmetros para se saber a nossa real estatura.

Como você observa o mundo? De que maneira age em seu círculo de influência? Como trata as questões do universo em que se movimenta?

As respostas a essas perguntas ajudam a dimensionar sua estatura espiritual.

Se você observa o mundo de um ponto de vista abrangente, que contempla mais do que seu próprio lar, seu emprego, seus familiares e seus amigos, tem uma boa estatura.

Se em seu âmbito de influência você prioriza sempre e incondicionalmente o bem geral, a nobreza das iniciativas, a importância de cada pessoa envolvida no contexto, você é grande.

Se nas decisões que lhe cabem você sempre leva em conta o esforço, a dedicação, a intencionalidade de quem lhe apresenta um projeto, uma nova idéia, uma sugestão, você tem uma ótima estatura.

Se trata com a mesma consideração e respeito todas as pessoas, se não discrimina ninguém, se não faz pré-julgamentos e age sempre com justiça, você é gigante.

Mas…, se seu mundo se resume nos seus próprios interesses e nos de seus familiares, do seu time de futebol, do seu partido político, da sua religião…

Se você rejeita projetos novos que lhe são apresentados, sugestões ou opiniões que venham de pessoas que você não estima, ou ofereçam algum risco aos seus interesses pessoais…

Se age de acordo com as suas conveniências, da de seus correligionários, dos que pensam como você, então você tem estatura espiritual de pigmeu.

Existem pessoas que não conseguem vislumbrar os verdadeiros valores da vida, porque sua estatura espiritual é mínima.

São essas as pessoas que sentem inveja, ciúmes, e não suportam ver os outros felizes.

Por causa da sua miopia espiritual, não admitem o bem realizado por um indivíduo que torce para o time adversário, professa uma fé diferente da sua ou tem idéias divergentes.

Ainda que trabalhem na mesma corporação, professem a mesma fé, ou sejam do mesmo partido político, esses pigmeus não aceitam as boas idéias, simplesmente porque não são suas.

Essa é uma visão muito limitada, e é por isso que vivemos num mundo ainda problemático, do ponto de vista ético-moral.


Quando nossos horizontes se ampliarem, e a nossa visão for bem maior que a nossa altura, então formaremos uma nação onde a felicidade poderá fazer morada.


Pessoas que têm uma visão abrangente da vida são as que fazem o bem pelo bem, e não por conveniência ou interesses escusos.


Valorizam as boas iniciativas por elas mesmas, e não pelas pessoas envolvidas.


O bem geral passa a ser a meta, e quem quer que deseje unir forças para realizá-lo será bem-vindo, como um verdadeiro irmão.


E agora, você já sabe responder qual é a sua real estatura?

Lembre-se de que você é do tamanho do que vê e não do tamanho da sua altura…


Você já se sentiu, alguma vez, a pessoa mais incapaz da face da terra?

É até possível que tenha acontecido por mais de uma vez, não é mesmo?


E por que será que isso acontece?


Vamos refletir um pouco sobre essa questão.


Considere, em primeiro lugar, que você é uma pessoa única, não existe ninguém no universo igual a você.


Você tem uma soma de experiências só suas. Tem sentimentos únicos e tem limites que são só seus.


Então, é provável que ao tentar superar outra pessoa, tenha a sensação de que não é capaz e se frustre.


Se uma pessoa muito ligada a você, por exemplo, inicia um curso qualquer, e você não tem o mínimo talento para essa atividade, sente-se inferior.


Se um amigo começa um regime para emagrecer, e você está se sentindo um pouco acima do peso, faz o mesmo regime e não perde uma única grama, sente-se a pessoa mais infeliz.


Se, na academia que freqüenta, as pessoas ao seu redor fazem proezas enquanto você apenas faz tentativas vãs, a vontade de desistir é quase inevitável.


Essas, entre tantas outras situações, podem ocasionar desestímulo e sensação de fracasso.


No entanto, ao admitir que você é um ser único, e não há no universo ninguém igual a você, todas as frustrações desaparecem.


Você, ao invés de olhar ao redor, tentando superar os outros, buscará conhecer suas próprias possibilidades, talentos e limitações, e buscará superar a si mesmo.


E então, cada conquista, ainda que mínima, será uma vitória real.


Considere que você, e somente você, deve servir de parâmetro quando se trata de conquistas próprias.


As conquistas dos outros são dos outros, e todos tiveram ou têm limitações a superar ou talentos conquistados com os próprios esforços.


Não há dúvida que podemos almejar determinadas conquistas que outros já possuem, mas não devemos querer tê-las prontas.


Cada esforço deve ser envidado com lucidez, pela auto-superação, e não pela superação dos outros.


Sempre existe algo que você faz melhor que os outros e algo que os outros fazem melhor que você, e isto não é motivo para desanimar.


A verdadeira grandeza está justamente em reconhecer essa realidade e aceitá-la com maturidade.


Embora haja um forte apelo social para que acreditemos que somos uma massa uniforme, que devemos seguir determinados padrões, nós continuamos a ser indivíduos únicos.


Reflita sobre essas questões e tenha uma conversa consigo mesmo.


Analise-se com carinho e atenção, para conhecer seus limites e tente superá-los, sem neuroses.


Conheça seus talentos e reforce-os, sem pretensões descabidas.


Busque a auto-superação e não a superação dos outros.


Cresça de forma efetiva, para ser a cada dia melhor que no dia anterior.


Melhor que você mesmo, e não melhor que os outros.


Não há clones de você e tampouco você é clone de alguém, por mais que se pareça fisicamente com outra pessoa.


Nem mesmo irmãos gêmeos estão nivelados nas experiências. Cada um tem seus limites e potencialidades singulares.


Você é um espírito ímpar.


Pode até imitar muito bem outras pessoas, mas ainda nisso você será sempre inigualável.


Seu perfume espiritual é único. Suas emoções são intransferíveis.


Deus criou você para que seja você mesmo, ninguém mais.

Pense nisso, e busque vencer os próprios limites para ser cada dia melhor que na véspera.


O pensador russo Gurdjieff, que no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver, traçou algumas regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.
Segundo os especialistas em comportamento humano, quem consegue praticar a metade dessas lições, com certeza terá mais harmonia íntima e menos estresse.


As regras são as seguintes:


1 . Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.


2 . Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.


3 . Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.


4 . Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.


5 . Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.


6 . Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser, você mesmo.


7 . Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.


8 . Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.


9 . Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.


10 . Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem achar que isso é o máximo a se conseguir na vida.


11 . Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.


12 . Saiba que a família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.


13 . Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.


14 . É preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.


Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.


15 . Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.


15 . Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo… para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.


16 . A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.


17 . Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca as oportunidades de se divertir.


18 . Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.


19 . Por fim, entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que fizer de você mesmo.


Você sabia que um grande número de pessoas gasta boa parte do seu tempo em esforços inúteis e desnecessários?


Pois é! Uns gastam horas tentando fazer com que os outros aceitem suas idéias.


Outros perdem horas de sono pensando no que irão dizer no dia seguinte, numa conversa que não acontecerá.


Tem aqueles que se detém por longo tempo alimentando ilusões.


Isso prova que fazemos esforços inúteis ou até prejudiciais ao nosso bem-estar.


Assim sendo, vamos anotar as regras de Gurdjieff e nos prepararmos para uma vida de melhor qualidade.


Sem mais esquecermos de que nós espiritualmente somos todos do tamanho do que vemos e não do tamanho da nossa altura…


Autor: Sérgio Avelhaneda
Fonte: http://www.taniaregina.com/2007/01/02/em-busca-do-auto-conhecimento/

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